quarta-feira, 3 de julho de 2013

TÃO DIVERTIDO QUANTO A FICÇÃO

A FLIP começa hoje com dois grandes desfalques: o francês Michel Houellebecq (que será substituído por uma mesa cujo tema são as manifestações que tomam as ruas do país) e o norueguês Karl Ove Knausgård (que cancelou a participação ontem, alegando motivos pessoais, e será substituído por Juan Pablo Villalobos). Sobre Houellebecq já comentei num outro texto; quanto ao Knausgård, achei a notícia ruim, mas me conforta saber que a série autobiográfica Minha luta é composta por 6 volumes. De modo que ainda teremos outras cinco oportunidades para vê-lo de perto.

Saindo da realidade e adentrando as raias do exercício imaginativo, Raphael Dyxklay (crítico literário, tradutor de obras de Charles Dickens e agitador cultural) enviou para cá uma "cartinha" propondo a "FLIP dos sonhos". Achei a proposta muito original e fiquei pensando cá com meus botões no que o grande público diria. Será que a seleção seria aprovada ou reprovada? Jogo a avaliação nas mãos dos leitores e convido, assim como o Raphael também convida, todo mundo a enviar propostas e comentar o assunto.

"Caro,

Minha mãe chegou ontém - ou será que foi anteontém? - com uma história de que iria a FLIP comigo, já que estava com ingressos sobrando. Minha mãe não é uma pessoa má, só que de literatura ela não entende. Dentre os escritores convidados ela não conhece nem o Francisco Bosco (sorte dela). Como bom crítico que me julgo, adaptei meus critérios e separei lugares para ela nas mesas de autores pintosos, como a do Laurent Binet com o Aleksandar Hemon. É verdade que ela preferiria vê-los jogando volêi de praia do que falando idiomas desconhecidos, mas paciência...

Agora, sabe que ela me aflorou minha própria decepção com esse ano. Fora a mesa dos inteligentes (e belos) autores já citados poucas outras me agradaram. Então resolvi propor-lhe uma curadoria ficcional a qual você e o público do seu blog poderia acrescentar mais nomes. Obviamente levamos a vantagem sobre o Miguel Conde de, na ficção, nenhum autor ter a coragem de nos recusar o convite. O que também não vai me impedir de ir correndo à edição verdadeira, afinal, como disse o Woody, "a realidade é chata, eu não nego, mas é o único lugar onde você pode comer um bom bife".

O que vejo de mais grave na curadoria atual são mesas que se atem ao previsível, unindo autores muito próximos (de modo a estereotipá-los: como com Javier Cercas e Juan Gabriel Vasquez) ou muito simpáticos um ao outro (Egan e McEwan). Outra coisa é não valorizá-los por seu conteúdo extra ficcional. Quem ler a entrevista que Houellebecq deu a Paris Review pode perceber quão pouco interessante são suas considerações ainda que para fãs de sua ficção."

Seguem as mesas:




*Arte: Rafael R.
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