sábado, 29 de outubro de 2011

NOTAS #31



Face oculta
Sylvia Plath é mais conhecida por sua eletrizante obra poética e por seu romance A redoma de vidro. O que nem todo mundo sabe é que ela também manteve uma intensa produção de pinturas e desenhos paralela a sua obra como escritora. Parte desses desenhos serão exibidos pela primeira vez numa exposição na Mayor Gallery, em Londres. Ao contrário do que a gente imagina, os desenhos demonstram um enorme talento escondido. São cenas bem acabadas de natureza morta, vilas, cafés parisienses e objetos isolados. O desenho reproduzido acima curiosamente chama "The Bell Jar" e supostamente tem ligação com um pequeno trecho do romance.

Biblioteca secreta
Quais eram os livros favoritos de Aldous Huxley? O que teria influenciado George Orwell? Será que Jorge Luis Borges lia romances policiais? A curiosidade sobre a leitura particular de grandes escritores muitas vezes ronda a nossa cabeça ao fechar de seus livros. A biblioteca secreta de cada um é algo tão pessoal que somente eles poderiam revelar. A correspondência de Samuel Beckett (que chegou as livrarias inglesas nessa semana) revela um pouco desse surpreendente segredo. Beckett cita em suas cartas sua admiração por Andrômaca, de Jean Racine, A volta ao mundo em 80 dias, de Júlio Verne, O castelo, de Franz Kafka e outros livros de Victor Hugo, Louis-Ferdinand Céline, Andre Malraux, William Faulkner e Albert Camus.

***

A curiosidade dessas leituras fica por conta de O apanhador no campo de centeio, de J.D. Salinger (que Beckett afirma ter gostado muito) e A casa torta, de Agatha Christie (que ele achou bem cansativo).

Protestos na literatura
Em tempos de "Ocupe Wall Street" e protestos pelo mundo, nada melhor de que ler grande literatura em que manifestações de descontentamento ganham destaque no enredo. Assim acontece em À espera dos Bárbaros, de J.M. Coetzee (em muitos livros de Nadine Gordimer também), Barnaby Rudge, de Charles Dickens, A educação sentimental, de Gustave Flaubert, A pastoral americana, de Philip Roth e Shirley, de Charlotte Brontë. Cenas de protesto também estão presentes na literatura nacional, sobretudo na obra de escritores das décadas de 30/40 e 60/70 - quando enfrentamos ditaduras militares.

Ficção áudio eletrônica (2)
Na semana passada o projeto EletroFicção nos presenteou com a escritora Ana Paula Maia lendo um trecho do seu romance Carvão animal. Essa semana foi a vez de Luiz Ruffato ler o Fragmento 13 do romance Eles eram muitos cavalos - o escritor acaba de lançar Domingos sem Deus, quinto e último capítulo da série batizada Inferno provisório.

Tumblr quase literários
Os tumblrs voltados a assuntos ligados ao universo literário estão pipocando na internet. Depois do hilariante "Tô gato?" - que mostra "os gigantes da literatura antes de sair pra balada" (do tipo imperdível!) - tem "Not Foster Wallace" com sósias do cultura escritor norte-americano e "Nabokov, Bitches" com fotos e frases do escritor russo. Se você conhece algum outro, por favor, mande uma mensagem que prometo postar aqui no blog.




James Franco
O ator James Franco adora literatura e disso a gente não tem dúvida. Basta lembrar que ele já escreveu um elogiado livro de contos (Palo Alto: Stories), participou do book trailer de Gary Shteyngart e encarnou Allen Ginsberg no filme Howl. Recentemente Franco gravou de sua cama em áudio e vídeo a leitura do conto “William Wei", de Amie Barrodale para a revista Paris Review - o conto foi publicado na edição nº 197 da revista e está disponível para leitura aqui. o vídeo tem um pouco mais de treze minutos (sem corte ou edição). Quem quiser pode ouvir apenas o áudio clicando aqui.

*Imagem: reprodução

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