sábado, 14 de agosto de 2010

CRISE NA LITERATURA DOS ESTADOS UNIDOS

A literatura norte-americana está em crise e tudo começou com um artigo "Where have all the Mailers gone?" (Onde foram parar todos os [Norman] Mailers?), de Lee Siegel para o The New York Observer. A bronca de Siegel era com a revista New Yorker e a comentada lista dos 20 escritores com menos de 40 anos. Entre tantas coisas ele diz que a literatura de ficção está morta, virou um gênero de museu e os livros de não-ficção estão se tornando cada vez mais relevantes.

Uma série de críticos, dos jornais mais respeitados dos Estados Unidos e Inglaterra, saíram as ruas para comentar os ataques de Siegel. Afinal, o argumento de que a literatura de ficção (refiro-me aos contos, novelas, romances, etc.) está morta aparece de tempos em tempos.

Os críticos explicam que há nos Estados Unidos, nesse momento, um período de transição. Os escritores consagrados do passado estão dando lugar a novos escritores. Esses, por sua vez, não são americanos no sentido estreito do termo, eles tem formação e visão cultural diferentes e multiculturais. A mídia americana também não está mais dedicando tanta atenção aos seus novos escritores (exceto um veículo ou outro). Os inúmeros cursos de escrita criativa colocam no mercado mais e mais escritores a cada dia. Como se publica em maior número, mais livros ruins tendem a ficar em evidência. O modismo também está fazendo com que a cada temporada novos nomes apareçam para depois serem engolidos na temporada seguinte.

Para apimentar toda essa discussão, a revista TIME colocou em sua capa uma foto de Jonathan Franzen com os seguintes dizeres: "O grande escritor americano". O jornalista Lev Grossman fez um perfil do escritor dizendo as razões que levaram a TIME a eleger Franzen como "o cara". O book bench da revista New Yorker já repercutiu a matéria. Foi nessa semana também que Anis Shivani, do The Huffington Post, lançou uma lista criticando 15 escritores americanos que são super-hypados, segundo ele.

Ainda bem que nesses casos a crise não é global.

*imagem: reprodução da capa da revista TIME.

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